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1.22.2007

FERNANDO CALDEIRA: Paraíba X PAC: Pouca Ação Concreta!


É bem verdade que ainda é cedo para se fazer uma leitura ampla do significado e da amplitude do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), lançado nesta segunda-feira (22), em Brasília, pelo Presidente Lula, no desenvolvimento da nossa Paraíba. Afinal, são muitas as medidas anunciadas.

Entretanto, depois de ouvir do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que o sucesso do PAC, numa visão ampla, dependia diretamente da expansão do mercado consumidor interno, fiquei descrente da eficácia do mesmo.

Ora, todos sabem que vivemos há anos uma demanda reprimida e que, mesmo com o crescimento de aproximadamente 3% alcançado pelo país ano passado, muito pouca evolução tivemos no nosso mercado interno. Daí porque minha descrença no PAC, estando ele dependente, como afirmou o ministro, da recuperação do poder aquisitivo da classe trabalhadora. Para que isso aconteça, é preciso o Brasil crescer a taxas bem maiores que míseros 3%, o que só ocorrerá com a drástica redução da taxa de juros, teimosamente mantida em níveis bem superiores aos desejados e apontados por empresários e economistas pelos que compõem o Conselho Monetário Nacional.

Em relação à Paraíba, especificamente, outra decepção. Ouvi a Ministra Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, Dilma Roussef, falar apenas em duplicação das BRs 230 e 101. Ora, a BR 230 já é obra antiga, vem do primeiro governo Lula, e não deveria, a meu ver, ser arrolada como obra do PAC, em que pese ainda estar em fase de conclusão. No caso da duplicação da BR 101, aí sim, embora seja obra de alcance interestadual, vez que estende-se de Pernambuco ao Rio Grande do Norte, passando pela Paraíba.

Acontece que, no caso de nossos vizinhos, existem outros projetos além dessa duplicação, como a refinaria de petróleo em Pernambuco e o desenvolvimento crescente do turismo no Rio Grande, também bancados com dinheiro da União. E para a Paraíba, o que é que tem?

Por que não se falou, por exemplo, da tal usina de biodiesel prometida por Lula na campanha? Por que não se falou da exploração das bacias petrolíferas do Vale do Rio do Peixe e da costa paraibana? Por que não se falou de investimentos graúdos em irrigação nas várzeas de Sousa e no Vale do Piancó?

Não obstante a falta de objetividade do PAC em relação à Paraíba, registre-se que nem de longe se abordou o ponto crucial para os Estados nordestinos, principalmente: a renegociação com reinvestimentos das dívidas dos Estados com a União, nos moldes inteligentemente propostos pelo governador Cássio Cunha Lima (PSDB).

Ao contrário, o que se projeta com o PAC, comentam os entendidos, é uma renúncia fiscal de 6,6 bilhões de reais em 2007, chegando a 11,5 bilhões em 2008. Ou seja, o Governo Federal vai renunciar impostos que não são só seus, mas também dos Estados, para implementar o tal Plano, fazendo sombra, como se diz, com chapéu alheio.

Torço para que esteja total e redondamente equivocado mas, por enquanto, o PAC para a Paraíba, a meu ver, não é nenhum Plano de Aceleração do Crescimento, ao contrário, mais se apresenta como Pouca Ação Concreta!


S O L T A S


... O deputado estadual José Aldemir (PFL) acrescentou mais um nome à já longa lista de prefeituráveis de Cajazeiras em 2008: trata-se de sua esposa, a médica Paula Almeida. Aliás, um excelente nome!

... O médico Reginaldo Tavares e o ex-deputado Edme Tavares, lançaram na última sexta-feira em Cajazeiras uma ONG intitulada ‘ACASA’ – Associação Cajazeirense de Amor, Solidariedade e Ação que, segundo eles, vai atuar, principalmente, nos campos educacional e social daquele município.

... O deputado estadual Jeová Campos (PT) está procurando apartamento para se instalar de vez na capital do Estado, já que assume no próximo dia 1º o seu mandato parlamentar. Vai fazer bonito!

Tenho dito!

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