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2.10.2007

PERDÃO!


Perdão é o mínimo que podemos pedir a João Hélio, aquele menino de 6 anos de idade que, num cruzamento da cidade do Rio de Janeiro, encontrou a morte bárbara.
Afinal de contas, eu, você, nós, não temos tido tempo para parar um pouco e pensar que sociedade estamos criando?
Nosso tempo tem sido todo consumido na correria do dia-a-dia, na ganância de obter mais bens, mais lucros, mais dividendos, nos esquecendo de que vivemos em sociedade. E de que essa sociedade em que vivemos, lamentavelmente, está podre! E de que a podridão da sociedade é, portanto, a nossa própria podridão!
Ou seja, não temos tido tempo senão para os prazeres imediatos e nos consumimos por inteiro na sua busca, esquecendo-nos que também temos filhos como João Hélio, mais um mártir dessa girândola que mistura impunidade, incompetência e irresponsabilidade.
Ontem foi João Hélio, amanhã quem será?
Eis a pergunta que não quer calar por que, afinal, a máquina social que fabrica jovens desajustados, porque desassistidos de uma vida minimamente digna, continua com a sua ‘linha de montagem’ funcionando 24 horas por dia, ininterruptamente.
Significa, meus amigos, que as causas que levam jovens de todas as idades a delinqüirem roubando, traficando, estuprando, assaltando e matando, continuam a existir. Enfim, temos em nosso país, uma produção contínua de seres humanos que vivem abaixo da linha da miséria, sem saúde, sem educação, sem coisa nenhuma, enquanto “meia-dúzia” de abastados balança a pança gorda nababescamente.
Eis o X da questão! Distribuição de renda.
Enquanto continuarmos a “alimentar” esse sistema vesgo que engorda poucos e joga milhões no raquitismo social, inevitável será esse choque entre os que têm algo com os que nada têm.
Perdão João Hélio!
É que não tivemos tempo senão para ir ao futebol, senão para nos prepararmos para o carnaval, senão para assistir filmes no shopping... . Não tivemos tempo, João Hélio, senão para dormir, para sonhar, enfim, não tivemos tempo para refletir sobre os danos que causamos a ti e a nós mesmos quando “alimentamos” esse verdadeiro moedor de carne humana em que se transformou nossa sociedade.
Perdão!

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