Não resta dúvidas de que em qualquer lugar do mundo a instalação de uma faculdade de medicina é fator de desenvolvimento sócio-econômico. Nem precisamos discutir isso, pois é fato de conhecimento público que salta aos olhos.
De tal forma que, em cidades interioranas como Patos, Sousa e Cajazeiras, a disputa por uma instituição desse tipo, é compreensível, torna-se acirrada. Ora, se é fator de desenvolvimento em qualquer lugar deste planeta, imaginem os senhores nos grotões do Nordeste brasileiro!
Quanto à escolha da cidade que deverá sediar esse curso, confesso, reputo as três com totais condições; tanto Patos, como Sousa e Cajazeiras.
Contudo, é preciso que se esclareça, em primeiro lugar, a intenção do governo federal em expandir o ensino público de terceiro grau no interior brasileiro. Não há dúvidas de que essa intenção é a de levar uma engrenagem propulsora de desenvolvimento. Se é assim, que me desculpem as demais, mas a escolha do reitor por Cajazeiras foi acertadíssima. E explico: Patos, a morada do Sol, já é conhecida como a capital do Sertão, por ser pública e notoriamente maior e bem mais desenvolvida em todos os setores do que as duas outras concorrentes. Em relação a Cajazeiras, por exemplo, Patos tem o dobro da população! Seu desenvolvimento já se dá, portanto, por osmose, ou seja, sem necessidade de uma alavanca que o puxe! Quanto à querida cidade de Sousa, também pública e reconhecidamente maior e mais desenvolvida que Cajazeiras, embora num menor grau em relação a Patos, não é exagero dizer-se que a terra de Bento Freire já dispõe de ações naturais e governamentais mais que suficientes para assegurar seu crescimento constante. Refiro-me, por exemplo, às Várzeas de Sousa, projeto agrícola irrigado que, sem a menor dúvida, fará dali um celeiro na produção agroindustrial. Refiro-me, também, à potencialidade da exploração do petróleo, já devidamente constatado como presente naquela área. Aliás, esta semana, o Governador Cássio esteve na Agência Nacional de Petróleo (ANP), e praticamente assegurou para ainda este ano o início desses trabalhos de prospecção.
Ou seja, se há alguém entre essas três cidades do interior da Paraíba que ainda precisa de um “empurrão” para desenvolver-se, essa é, sem dúvida, Cajazeiras!
De tal forma que, mesmo entendendo o desapontamento de lideranças políticas de Patos e Sousa, o que é natural pois todos querem ganhar, não se pode deixar de reconhecer a correção da postura do reitor Thompson Mariz que é de estreita sintonia com a finalidade do governo federal de interiorização de um curso de medicina.
Quanto ao famoso relatório elaborado por três professores universitários, um do Paraná, outro do Piauí e outro daqui mesmo da Paraíba, salvo engano, não tenho medo em dizer que se não houve má fé, houve extrema incompetência na coleta de dados. Ora, alegar-se que Patos tem mais PSFs que Sousa e Cajazeiras é algo que beira o risível, posto que com população bem acima das outras duas cidades, não poderia ser diferente. Sequer uma proporcionalidade foi buscada no tal relatório, nesse particular. O fato de Cajazeiras estar com um laboratório completo de anatomia construído por suas forças empresariais no campus universitário, para ser doado à UFCG, que aliás será inaugurado nesta sexta-feira (13), sequer foi citado no tal relatório. Bem assim, não se faz menção, ao menos, ao compromisso passado em cartório por empresários cajazeirenses de entregar completo e pronto à universidade os alicerces do futuro Hospital Universitário daquela cidade. Ou seja, o relatório não relatou.
Agora é esperar dia 9 de maio, quando se reúne o Conselho Pleno da UFCG formado por 46 membros entre professores, funcionários e alunos, para enfim termos uma decisão final, que só a ele compete.
S O L T A S
... A futura faculdade de medicina da UFCG já começou a ‘operar milagres’: depois da reunião em Campina Grande, quarta-feira última, os deputados José Aldemir (PFL) e Jeová Campos (PT) viajaram juntos para Cajazeiras no automóvel do primeiro.
... Aliás, a sucessão municipal cajazeirense no próximo ano pode e já dá sinais de estar tomando novos contornos.
... O nome mais forte hoje no esquema da oposição ainda é o de Léo Abreu (PSB).
... Já o nome mais forte hoje no esquema da situação é o do deputado José Aldemir (PTB).
... Mas existem nomes novos como o do empresário Deca, por exemplo, que seria muito bem “digerido” pelo eleitorado.
... Thomspon Mariz, cidadão honorário de Cajazeiras!