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9.01.2006

Prefeito é acusado de ‘pressionar’ comissionados para eleger irmão.

O prefeito de Bayeux, Jota Júnior (PMDB) resolveu dar uma “ajudinha” para eleger o irmão, Carlos Sousa, candidato a deputado estadual pelo PP. Jota, segundo denúncia de funcionários, que preferem não se identificar temendo retaliações, determinou que todos os ocupantes de cargos comissionados apresentem uma lista com mais de dez nomes, constando de endereço, Zona Eleitoral, seção de votação e, ainda, pedido de autorização para colocar material de propaganda do seu candidato em carros (adesivos) ou muros (cartazes ou pintura).

Os dados do ocupante do cargo comissionado seriam conferidos posteriormente à votação de 1º de outubro. Se na Zona Eleitoral não constar os nomes das pessoas listadas, seria demitido sumariamente. Ontem, um grupo de servidores compareceu ao prédio da Secretaria de Educação, localizada na avenida Liberdade. A lista era entregue à funcionária de nome Deise, responsável pelo encaminhamento do procedimento em favor do candidato Carlos Sousa, irmão do prefeito Jota Júnior.

A entrega da lista ocorre por secretarias, mas como o número de comissionados é maior na área de Educação, o prazo final para a entregar dos nomes acabou sendo transferido para outra data, conforme uma gravação feita por um dos funcionários em conversa com Deise. Temendo represália, o servidor pediu para não ter seu nome revelado. “Nós estamos sofrendo a maior pressão do mundo para entregar a tal relação, sob ameaça de perder o emprego”, declarou Marta Gondim (nome fictício, atendendo a apelo da servidora que não conseguiu esconder a sua indignação diante do que está acontecendo em Bayeux). “Tem funcionários que não conseguiram preencher a lista, mas estão sendo obrigados a fazer sob pena de demissão”, assegurou. No prédio da Secretaria de Educação a movimentação era intensa ontem à tarde. Sob a proteção de dois guardas municipais, era um entra e sai de pessoas a todo instante, diante de olhares desconfiados de servidores.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA esteve ontem no prédio da Secretaria de Educação e constatou que a movimentação não era a mesma de um dia normal. “Não é mesmo e você tem razão”, disse a denunciante. A informação é que o prefeito Jota Júnior não aparece, mas teria colocado os comissionados no “canto da parede”, exigindo o voto para o seu irmão e candidato a vaga na Assembléia Legislativa.

O OUTRO LADO

Até o fechamento desta edição a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou entrar em contato com o prefeito Jota Júnior para dar a sua versão a respeito da denúncia de favorecimento eleitoral em benefício do candidato Carlos Sousa, seu irmão, que postula uma vaga na Assembléia Legislativa nas eleições deste ano, na Paraíba. A reportagem tentou falar com ele ontem à tarde pelo telefone do seu assessor conhecido por Wellington.

A reportagem conversou sobre o assunto com uma pessoa conhecida por Andrea, pelo número do celular de Wellington, mas até o fechamento desta edição não obtivemos nenhuma resposta, inviabilizando, portanto, que a reportagem pudesse dar a versão do prefeito de Bayeux sobre a denúncia formulada pelos funcionários.


Fonte: Jornal da Paraíba

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