Hospedeiros de sanguessuga.

Não digo que o senador tenha culpa “no cartório.” Não tenho elementos para isso. Também não posso, infelizmente, dizer que não tenha. Continuam me faltando elementos.
Mas, sinceramente, torço, pela Paraíba, para que Ney Suassuna seja tão somente uma vítima de toda essa lama em que chafurdam vários no Congresso Nacional. Já somos pequenos demais, e por isso bastante discriminados, para sermos lembrados apenas como hospedeiros de sanguessuga!
Porém, parece que vamos precisar muito mais que minha torcida. A verdade é que, a cada dia que passa, mais se complica a situação do senador paraibano que, mesmo repetitivamente jurando inocência, não consegue estancar a sangria da desconfiança popular. Quanto mais Ney jura inocência sem conseguir demonstrá-la, mais o fosso entre suas juras e a desconfiança do povo aumenta.
E toda essa implosão política do senador acontece no pior momento possível. Poderia ter acontecido pós eleição, que seria menos traumático. Poderia ter acontecido ano passado, que daria tempo para Suassuna provar sua jurada inocência. Mas há menos de dois meses do pleito, sinceramente, é dose pra mamute! Não há espaço, me parece, para que se prove a inocência decantada e, assim, Ney vai para um julgamento popular sob fortes desconfianças. É como quem já entra num tribunal meio condenado pela opinião pública. Daí para a condenação total, é um pulo.
Por isso é que já se comenta, quase que abertamente em toda a Paraíba, a possível substituição de Ney Suassuna na chapa majoritária do PMDB. É que o desgaste da diuturna divulgação em TVs, rádios e jornais do provável envolvimento do senador no escândalo da compra superfaturada de ambulâncias com dinheiro público está se tornando tão grande que, dizem, está afetando também a candidatura de governador.
Por enquanto o candidato José Maranhão (PMDB) prefere o silêncio ou, no máximo, sutis acenos de solidariedade a Ney. Nada muito público e, portanto, nada muito comprometedor.
Mas, e se começarem a aparecer pesquisas eleitorais onde o desempenho do candidato peemedebista ao Governo do Estado seja ruim? Bem, aí me parece que não dará mais para segurar a onda, que será toda jogada no lombo do senador. Ou seja, se as pesquisas que antes eram favoráveis ao candidato do PMDB apresentarem uma reversão de tendência, Ney será inexoravelmente defenestrado da chapa, e ainda por cima levará a culpa de uma possível derrota peemedebista nas urnas.
Pior: há quem, no PMDB e em outros partidos da coligação ‘Paraíba de Futuro’ defenda a imediata substituição do senador Ney Suassuna por outro candidato ao Senado. Fala-se inclusive nos nomes de Vital Filho (PMDB) e do deputado Luiz Couto (PT). Este último, aliás, já se disse preparado e pronto para assumir tal candidatura, caso decidam pela substituição.
O problema de Ney é como a questão da mulher de César: “não basta ser honesta, precisa parecer honesta.”
Litigância de má-fé.
Comentei há poucos dias o ‘carnaval’ que alguns oposicionistas ao governo Cássio tentam fazer em relação ao Programa de Combate à Pobreza na Paraíba, dizendo que entendia aquilo tudo, pelo exposto, como litigância de má-fé.
Pois bem, ontem a justiça mostrou que está atenta para esse tipo de procedimento lamentável: condenou o deputado Tião Gomes ao pagamento de dez salário mínimos, em virtude do deputado ter requisitado a inelegibilidade do sr. Cássio Cunha Lima, acusando-o de fraudar sua declaração de bens. Depois de apurar a denúncia, a justiça concluiu que o deputado litigou de má-fé, e tome multa.
E outras podem vir por aí!
Parece que sabia.
O deputado federal Domiciano Cabral (PSDB) parece que sabia que as coisas para o seu lado não terminariam bem. Tanto que, há tempos, anunciava que não mais disputaria eleições, pois estava se sentindo injustiçado. Vidente ou não, Domiciano deve ser expulso do PSDB nestes dias por envolvimento em falcatruas.
Última cartada.
O anúncio da deputada federal Lúcia Braga (PMDB) de que não mais disputará uma vaga na Assembléia Legislativa, passando a apoiar a candidatura do ex-prefeito de Monteiro, Carlos Batinga (PSB), não só pode estar consolidando a ida deste para a Casa de Epitácio Pessoa, como oxigena bem a candidatura do marido Wilson Braga, para a Câmara Federal.
Recortes de jornal.
Há poucos dias deram entrada no TRE de um pedido de impugnação da candidatura de Cícero Lucena ao Senado Federal. Alegação: sua esposa, a vice-governadora Lauremília Lucena, no exercício do governo, teria assinado um convênio em período não permitido. Provas: recortes de jornal! Sentença: indeferimento do pedido.
Resumo da ópera: ainda bem que a justiça paraibana não se deixa levar pelo que publicam um ou outro jornal!
“Nunca fracassei. Só fiz 10.000 coisas que não deram certo.” (Thomas Alva Edison)
Tenho dito!
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