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8.29.2006

Ameaçado pelo narcotráfico, juiz federal vive confinado no fórum.

>Trabalhando há um ano em Ponta Porã (MS), na fronteira com Paraguai, Odilon

>de Oliveira já condenou 114 traficantes.
>Odilon de Oliveira, de 56 anos, estende o colchonete no piso frio da sala,
>puxa o edredom e prepara-se para dormir ali mesmo, no chão, sob a
>vigilância de sete agentes federais fortemente armados. Oliveira é juiz
>federal em Ponta Porã, cidade de Mato Grosso do Sul na fronteira com o
>Paraguai e, jurado de morte pelo crime organizado, está morando no fórum da

>cidade.
>Só sai quando extremamente necessário, sob forte escolta.
>Em um ano, o juiz condenou 114 traficantes a penas, somadas, de 919 anos e
>6 meses de cadeia, e ainda confiscou seus bens. Como os que pôs atrás das
>grades, ele perdeu a liberdade. "A única diferença é que tenho a chave da
>minha prisão."
>Traficantes brasileiros que agem no Paraguai se dispõem a pagar US$ 300 mil

>para vê-lo morto. Desde junho do ano passado, quando o juiz assumiu a vara
>de Ponta Porã, porta de entrada da cocaína e da maconha distribuídas em
>grande parte do País, as organizações criminosas tiveram muitas baixas.
>Nos últimos 12 meses, sua vara foi a que mais condenou traficantes no País.

>Oliveira confiscou ainda 12 fazendas, num total de 12.832 hectares, 3
>mansões - uma, em Ponta Porã, avaliada em R$ 5,8 milhões - 3 apartamentos,
>3 casas, dezenas de veículos e 3 aviões, tudo comprado com dinheiro das
>drogas. Por meio de telefonemas, cartas anônimas e avisos mandados por
>presos, Oliveira soube que estavam dispostos a comprar sua morte. "Os
>agentes descobriram planos para me matar, inicialmente com oferta de
>US$100mil."
>No dia 26 de junho, o jornal paraguaio La Nación informou que a cotação do
>juiz no mercado do crime encomendado havia subido para US$ 300 mil.
>"Estou valorizado", brincou. Ele recebeu um carro com blindagem para tiros
>de fuzil AR-15 e passou a andar escoltado. Para preservar a família,
>mudou-se para o quartel do Exército e em seguida para um hotel. Há duas
>semanas, decidiu transformar o prédio do fórum Federal em casa. "No hotel,
>a escolta chamava muito a atenção e dava despesa para a PF."
>É o único caso de juiz que vive confinado no Brasil. A sala de despachos de

>Oliveira virou quarto de dormir. No armário de madeira, antes abarrotado de

>processos, estão colchonete, roupas de cama e objetos de uso pessoal. O
>banheiro privativo ganhou chuveiro.
>A família - mulher, filho e duas filhas, que ia mudar para Ponta Porã, teve

>de continuar em Campo Grande. O juiz só vai para casa a cada 15 dias, com
>seguranças.
>Oliveira teve de abrir mão dos restaurantes e almoça um marmitex, comprado
>em locais estratégicos, porque o juiz já foi ameaçado de envenenamento. O
>jantar é feito ali mesmo. Entre um processo e outro, toma um suco ou come
>uma fruta."Sozinho, não me arrisco a sair nem na calçada." Uma sala de
>audiências virou dormitório, com três beliches e televisão. Quando o juiz
>precisa cortar o cabelo, veste colete à prova de bala e sai com a escolta.
>"Estou aqui há um ano e nem conheço a cidade."
>Na última ida a um shopping, foi abordado por um traficante. Os agentes
>tiveram de intervir.
>Hora extra. Azar do tráfico que o juiz tenha de ficar recluso.
>Acostumado a deitar cedo e levantar de madrugada, ele preenche o tempo com
>trabalho.
>De seu "bunker", auxiliado por funcionários que trabalham até alta noite,
>vai disparando sentenças. Como a que condenou o mega traficante Erineu
>Domingos Soligo, o Pingo, a 26 anos e 4 meses de reclusão, mais multa de R$

>285 mil e o confisco de R$ 2,4 milhões resultantes de lavagem de dinheiro,
>além da perda de duas fazendas, dois terrenos e todo o gado.
>Carlos Pavão Espíndola foi condenado a 10 anos de prisão e multa de R$ 28,6

>mil. Os irmãos Leon e Laércio Araújo de Oliveira, condenados
>respectivamente a 21 anos de reclusão e multa de R$78,5 mil e 16 anos de
>reclusão, mais multa de R$56 mil, perderam três fazendas.
>O mega traficante Carlos Alberto da Silva Duro pegou 11 anos, multa de R$
>82,3 mil e perdeu R$ 733 mil, três terrenos e uma caminhonete.
>Aldo José Marques Brandão pegou 27 anos, mais multa de R$ 272 mil, e teve
>confiscados R$ 875 mil e uma fazenda. Doze réus foram extraditados do
>Paraguai a pedido do juiz, inclusive o "rei da soja" no país vizinho,
>Odacir Antonio Dametto, e Sandro Mendonça do Nascimento, braço direito do
>traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. "As autoridades

>paraguaias passaram a colaborar porque estão vendo os criminosos serem
>condenados."
>O juiz não se intimida com as ameaças e não se rende a apelos da família,
>que quer vê-lo longe desse barril de pólvora. Ele é titular de uma vara em
>Campo Grande e poderia ser transferido, mas acha "dever de ofício"
>enfrentar o narcotráfico. "Quem traz mais danos à sociedade é mega
>traficante. Não posso ignorar isso e prender só mulas (pequenos
>traficantes) em troca de dormir tranqüilo e andar sem segurança."
>
>ESTE MERECE NOSSOS APLAUSOS!
>POR ACASO A MÍDIA NOTICIOU ESSA BRAVURA QUE O BRASIL PRECISA SABER?
>POR FAVOR, FAÇA A SUA PARTE! DIVULGUE O MÁXIMO QUE
>PUDER!!!
>
>
--
João Alfredo Guimarães Corrêa de Oliveira

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